Há mais de seis meses, o Congresso Nacional não põe em votação os vetos da presidenta Dilma Rousseff. Mas, depois de vários cancelamentos, amanhã (22) o assunto volta ao plenário.
Na pauta, estão acumulados 32 vetos, entre eles, o do reajuste dos servidores do Judiciário. Em greve há mais 100 dias, os servidores reclamam que já acumulam uma perda salarial de cerca de 40%. A justificativa da presidenta para vetar o reajuste é que o projeto geraria um aumento nos gastos que atrapalharia o esforço para equilibrar as contas públicas.
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Dilma veta reajuste do judiciário
O coordenador da Federação Nacional dos Servidores do Judiciário, Cledo Vieira, ressalta que essa já é a maior greve da história da categoria. “A gente espera que com a pressão desses servidores, a gente consiga com que esses parlamentares coloquem de pé. É só uma reposição de perda. Não tem aumento nenhum e, ainda, é parcelado até 2018.”
O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, disse que é preciso saber se o reajuste do Judiciário seria possível devido à crise. “A gente tem que analisar dentro do quadro fiscal bastante difícil que o Brasil vive. O que ocorre é que a bancada do governo tem se articulado para evitar que o Congresso delibere sobre os vetos presidenciais”.
Os senadores e deputados ainda vão analisar o veto ao fim do fator previdenciário e ao aumento dos aposentados que ganham acima de um salário-mínimo. Os dois projetos também trazem despesas para a União.
O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, explica que a sessão vai ter reflexos na economia e vai ser uma oportunidade para medir a força da base governista no Congresso.
“Porque hoje uma derrubada de veto seria muito ruim, quer dizer, mostraria uma estabilidade política forte. O governo está fazendo um trabalho grande para que ele tenha êxito. Se, evidentemente, não houver certeza com relação a essa votação, nós vamos continuar com a sessão do Congresso pendurada”.
Também vão ser analisados os vetos que tratam do novo Código de Processo Civil, da transparência nas operações do BNDES, entre outros.
O Repórter Brasil destaca, ainda:
- Servidores públicos federais decidem hoje se entram em greve geral contra o ajuste fiscal.
- Para fugir da carga tributária, empresas estão usando novos CNPJs para crescer. É o efeito carangueijo.
- Inscrições para o Revalida 2015 terminam hoje.
- Excesso de detentos pode atrapalhar cumprimento da lei que obriga Ensino Fundamental nos presídios.
O Repórter Brasil é uma produção do Radiojornalismo EBC e vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 7h, em rede, nas Rádios EBC.