Quase todo nós deixamos de comprar uma série de itens na quarentena, seja porque evitamos sair de casa, ou por não precisarmos mesmo. Mas esse nosso comportamento atingiu em cheio a renda das indústrias.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústira (CNI) realizada com 1.740 empresas industriais, entre 1º e 14 de abril, 70% tiveram queda no faturamento, por causa da redução da demanda.
Agora que quase não saímos de casa, não compramos mais tantas roupas e nem calçados. As indústrias que fabricam esses produtos foram as que mais sentiram a queda nos pedidos Depois foram as de móveis, impressão, reprodução e têxteis. Tudo porque estamos cautelosos em relação as compras de itens que não são essenciais.
O gerente executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, destaca os únicos setores que não apresentaram redução da demanda.
Como a lei da oferta e procura manda na economia, 76% das indústrias tiveram que reduzir, ou parar a produção de itens, por causa da baixa procura. Devido a pandemia da Covid-19 e da queda da demanda, a maiora das empresas afastou empregados com sintomas da doença, estabeleceu o trabalho em casa, ou concedeu férias.
Apesar de estarem produzindo menos, essas indústrias precisam continuar pagando as contas, com todos nós, mas 59% não conseguiram honrar seus compromissos em abril. Para resolver esse problema. várias empresas tentaram capital de giro, mas 55% relataram que esse dinheiro ficou mais difícil. O gerente executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca, esclarece que essa dificuldade vem do fato dos bancos terem receio da falência das empresas.
Outro problema enfrentado por 77% das indústrias foi a dificuldade para conseguir insumos e matérias-primas, por causa da queda na produção desses itens. Teve ainda as restrições impostas pelas prefeituras, para conter o avanço do coronavírus.
O fechamento da entrada das cidades e a suspensão das atividades comerciais ao longo das rodovias afetaram o transporte rodoviário e levaram a redução da movimentação de cargas. Os caminhoneiros chegaram a reclamar da falta de estrutura, como restaurantes e postos de descansos, para que pudessem continuar trabalhando.
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