Mais de 46 mil brasileiros esperam a doação de órgãos e tecidos, para voltarem a viver normalmente. Mas, durante a pandemia do coronavírus, o número de transplantes no país diminuiu. De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro a julho deste ano, foram feitos 9.952 transplantes no país. No mesmo período do ano passado, 15.827 pessoas receberam órgãos doados. De um ano para o outro, a redução foi de 37%.
Para tentar reverter ou amenizar essa queda, entra no ar nesta sexta-feira uma campanha publicitária para incentivar a doação de órgãos e sensibilizar familiares a respeitar essa vontade após a morte do ente querido. A data foi escolhida porque este domingo, 27 de setembro, marca o Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos.
Além da pandemia do coronavírus, em si, os efeitos dela também impactaram negativamente na doação de órgãos. Isso porque a redução dos voos comerciais prejudicou a logística para transporte de órgãos e de equipes médicas. A consequência foi que os transplantes de coração e de medula óssea diminuíram 25% este ano. E o de córnea reduziu 51%.
Mas, quando foi possível fazer a doação, as famílias cooperaram mais este ano do que em 2019. No ano passado, 40% das famílias não autorizaram a retiradas de órgãos e tecidos para transplante. Neste ano, a taxa de recusa familiar caiu para 37%. Essa redução é importante porque, independente da vontade da pessoa que morrer, é a família quem decide se autoriza ou não a doação.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, acessível a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde, que financia 95% dos transplantes no país.
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