A pandemia provocada pelo novo coronavírus tem custado a vida de milhares de pessoas, em todo o mundo, e desafiado os governantes a adotarem medidas para frear a contaminação. No entanto, o prejuízo financeiro caminha junto com a crise na saúde e pode levar milhões à inadimplência devido à redução de salários ou demissões. Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), Reinaldo Domingos, essa é uma das maiores e mais graves crises de todos os tempos.
Confira no player abaixo:
"Estamos falando de uma possível recessão, que já estamos nela. Estamos falando de uma possível depressão financeira, que é quando as empresas são afetadas frontalmente. Tivemos um verdadeiro apagão das empresas, obrigando os empreendedores a fazer reduções de 25, 50, 70% dos seus funcionários, que tiveram seus valores reduzidos. Mas uma grande massa está sendo demitida, porque a atividade econômica não está voltando", afirmou.
Segundo Domingos, para equacionar as contas é preciso limitar os gastos ao essencial e de acordo com a atual renda familiar, priorizando três pontos fundamentais: saúde, educação e alimentação.
"Não podemos mais comprar da mesma forma que comprávamos antes. O brasileiro nunca foi um poupador, e sim, um consumista", reforçou.
Ele deu dicas para quem está enfrentando a redução de receita, como descobrir novas habilidades, buscar soluções, se reinventar e empreender localmente, envolvendo também a família. Além do agronegócio, outros setores podem crescer nesse momento de pandemia, como a logística e a área digital. "Temos que entrar no mundo digital, aprender, aproveitar as oportunidades e soluções. Estão nascendo vários outros tipos de atividades e profissões."
"É importante fazer uma reflexão: O que eu fiz para mudar os meus hábitos e meus comportamentos para reduzir o meu consumo? Hoje já temos mais de 90 milhões de brasileiros inadimplentes. Temos que repaginar o nosso custo de vida, porque se isso não for feito será muito difícil enfrentarmos os próximos anos", concluiu.