A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu a possibilidade de a transmissão do vírus da Covid-19 também ocorrer por via aérea na primeira semana deste mês em entrevista coletiva, concedida na sede em Genebra. Para falar sobre esse risco, o Revista Brasil conversou com o patologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Paulo Saldiva.
A carta dos cientistas foi gerada, no início, por uma pesquisadora australiana e um americano, e depois submeteram essa carta à um colegiado de cientistas que publicam na área. O professor Paulo Saldiva faz parte desse colegiado.
"Isso é uma contribuição de uma outra tribo de cientistas, que estudam a poluição do ar e que conhecem bem sobre a dinâmica do aerossol atmosférico. O que está se mostrando é que um vírus por ser muito pequeno ele não fica só naquelas partículas visíveis. Ele pode também estar em partículas muito finas, que são muito leves e permanecem em suspensão por um tempo maior, e que para você se proteger tem de renovar o ar", explica o professor, que é o único brasileiro entre os 239 cientistas que assinam o texto.
Na entrevista, ele reconhece a possibilidade do coronavírus se acumular no ar em ambientes fechados. Sobre o risco real de transmissão, o professor adianta que estão sendo feitos estudos, no mundo inteiro, verificando se há um jeito de coletar essas particulas, de diferentes tamanhos, e vendo a presença do vírus nessas diferentes frações.
Ouça a entrevista completa no player acima.
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