Colômbia e Farc anunciam diminuição de ações militares

O governo da Colômbia e a guerrilha comunista das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) alcançaram um histórico acordo para uma desescalada do conflito armado, que havia se intensificado, colocando em risco o processo de paz daquele país.

Sobre o assunto o programa Revista Brasil entrevistou o coordenador do Curso de Relações Internacionais e Especialista em Segurança Nacional, Gunther Rudzit. Gunther esclarece que as Farcs surgiram nos meados dos anos 60 como movimento comunista, apoiado pela União Soviética que tinha como principal objetivo a derrubada do governo colombiano, apoiado pelos Estados Unidos como praticamente todos do emissário ocidental. As Farc tinham um ideário de esquerda revolucionário. Com o fim da Guerra Fria, a dissolução da União Soviética, as Farcs continuaram nesta guerrilha, mas com apoio do narcotráfico. Com isso conseguiram mais dinheiro, se fortaleceram, conseguiram comprar armamentos pesados e o governo se enfraqueceu muito. O governo, a partir dos anos 90, recebeu ajuda do governo americano, no “Plano Colômbia.”

Gunther explica que em busca pela paz já foram negociados: reforma agrária em novembro de 2013; a participação política dos rebeldes num futuro acordo de paz; e a reintegração a comunidade democrática da Colômbia. Em maio de 2014, se concordou que os dois lados combateriam e levariam ao fim o tráfico de drogas. O que falta ainda e está sendo discutido: direito das vítimas desse combate e o desarmamento dos rebeldes. E por fim como implementar todos estes processos de uma vez. Portanto “temos um longo caminho pela frente”.

“Todo crime no Brasil relacionado ao narcotráfico, direto ou indiretamente, está sofrendo, justamente por esse conflito que existe na Colômbia”, conclui Gunther

Confira mais informações ouvindo a entrevista na íntegra no player acima

O Revista Brasil é uma produção das Rádios EBC e vai ao ar, de segunda a sábado, às 8h, na Rádio Nacional AM Brasília. A apresentação é de Valter Lima.