O Tarde Nacional - Amazônia fala sobre uma campanha de conscientização sobre a Covid-19 que pretende orientar povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Amazonas.
A iniciativa busca alertar para os cuidados de higiene necessários para retomar de forma mais segura os encontros presenciais de discussão e planejamento das atividades comunitárias. O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), por meio do projeto Liga da Floresta, de maneira interligada com outras organizações e com os povos da floresta, busca fortalecer a rede de gestão integrada de Áreas Protegidas do sul do Amazonas.
Sobre essa campanha, Juliana Maya conversa com a assessora do Programa Povos Indígenas, do IEB e integrante do Liga da Floresta, Janaína de Oliveira. Segundo ela, "esse projeto Liga da Floresta é continuidade de um projeto do IEB que a gente chama de gestão integrada. Que são trabalhos, atividades que a gente faz com os povos indígenas em gestões de territórios que são integradas ou muito próximas. Então, a gente trabalha com os povos indígenas e com os extrativistas e ribeirinhos", que acredita que o nível de contaminação e letalidade seja muito maior entre esses povos. Na entrevista, ela fala também sobre a segurança alimentar e nutricional nesses tempos de pandemia.
Janaína esclarece ainda que 90% das atividades produtivas desses povos são coletivas. "Ali vai a família toda. Vai o pai, vai a mãe, vai o filho, vai o sobrinho. Vai a vó, vai o avô, vai o netinho. Então, acaba tendo essa interação e a gente precisa ter um pouco mais de cuidado. É diferente de quem está em casa, no Home Office. É horta familiar, é o roçado deles, é a dispersa de pirarucu, é a coleta de castanhas", esclarece. E para essa proteção e prevenção, todos precisam continuar esse protocolo de higiene, que é o uso da máscara e a higienização das mãos assim como manter distância. Ah, mas se a pessoa não tem álcool em gel? Lava a mão, então, com água e sabão. Borrifa a água diluída com a água sanitária.
Na entrevista, ela menciona a dificuldade que é tirar um ribeirinho ou parente indígena da aldeia. O que dificulta, em demasiado, aquele primeiro cuidado nos primeiros sintomas. Para isso, segundo ela, é tão importante cumprir os acordos de convivência. "Ou seja, vai se reunir? Faz um teste rápido antes, cumpre a quarentena. E, às vezes, parece tão chato cobrar isso. E acredito que até mesmo após a vacina vale a pena manter esses hábitos", avalia a assessora. Aos interessados, a cartilha sobre o assunto pode ser obtida através do e-mail: iieb@iieb.org.br e compartilhada em pdf.
Ouça a entrevista completa, no player acima.
O programa Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, de 13h às 15h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.