Você já ouviu falar em "Dezembrite": a síndrome do fim de ano? Assim é conhecido o fenômeno relacionado ao aumento dos casos de ansiedade e depressão que acontecem do fim de novembro até o último dia de dezembro. Depressão, ansiedade, pânico, insônia, falta de energia e de tempo, burnout, fadiga da decisão.
Sintomas e doenças como as relatadas derivam das reações primitivas do cérebro humano diante a contemporaneidade. Sobre esse assunto, o Tarde Nacional conversa com o neurologista e escritor best-seller, Leandro Telles. Ele acaba de lançar um livro que fala sobre os sintomas emocionais causados pelos tempos modernos.
Mas por que um período que devia estar associado à festas e ao encerramento de um ciclo costuma gerar tanta apreensão? Segundo o escritor, autor do best-seller "Os novos desafios do cérebro", a gente já tinha essa piora emocional de dezembro muito antes da pandemia. "Mas neste ano é ainda pior, né? Então, a gente espera que essa questão emocional seja ainda mais preocupante. Mas normalmente, dezembro já é um mês complicado. Mês curto, mês que muitas pessoas se sentem bastante solitárias. Existe uma incongruência entre essa alegria que a gente vê na televisão, nos comerciais de margarina, pra vida real. É um mês onde as pessoas se esgotam, estão em multitarefas. Algumas pessoas tem compulsão nesta época", adianta o neurologista.
E que indicadores podemos olhar para saber se esse fenômeno tem sido combatido ou não? Na entrevista, Leandro destaca que os indicadores costumam ser a venda de antidepressivos, de calmantes do tipo tarja preta, o índice de suicídios, existe a depressão típica do Natal principalmente em pessoas com mais idade, viúvas, saudosistas.
"É um mês de grande expectativa. Tem pessoas com insônia. Nessa fase agora, a gente tem que tomar cuidado que o isolamento é social não afetivo. Mas, esse problema de saúde mental é um problema do ano todo. 10% da população brasileira tem ansiedade. Os índices de depressão também são altos. O esgotamento profissional de 5 a 10%. E fica a dica: é preciso tomar cuidado com essa de o ano vai acabar, tem que estar tudo resolvido", pontua o especialista.
E você, também está num mês complicado? Acompanhe a entrevista completa, no player acima.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília, Ràdio Nacional do Rio de Janeiro e Rádio Nacional da Amazônia.