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Pesquisa analisa efeitos de crises sanitárias sobre a fecundidade da mulher

Estudo vai avaliar dados de mais de 2000 mulheres brasileiras, entre 18 e 45 anos, que podem responder o questionário online até 31 de janeiro

No AR em 22/01/2021 - 13:40

Uma pesquisa demográfica da Universidade do Texas, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), pretende avaliar o impacto que as crises sanitárias - como a epidemia de zika e a pandemia do novo coronavírus - exercem sobre a fecundidade e a saúde sexual das mulheres. Um dos objetivos é conhecer as experiências e os comportamentos sexuais e reprodutivos das mulheres em um cenário de incertezas. 

Sobre esse assunto, o Tarde Nacional conversou com a professora do Departamento de Demografia, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e pesquisadora responsável, Raquel Zanatta. Segundo ela, a pesquisa busca entender a consequência da pandemia para a saúde.

"É uma pesquisa grande, são quatro etapas de coletas de dados diferentes. Tem uma parte telefônica que está sendo feita só em Pernambuco. Por discagens aletóarias, as mulheres são contactadas via telefone. Só em Pernambuco nós entrevistamos 2.300 mulheres sobre o zika. Temos também a pesquisa nacional, que é um questinário online e autoaplicável. E nós estamos buscando voluntárias - mulheres de 18 a 45 anos. Numa segunda onda, a gente vai reintrevistar essas mulheres em Pernambuco", esclarece a pesquisadora.

Na entrevista, a professora relata que muitas mulheres que não pensavam em engravidar mudaram de opção durante a pandemia. "Pela pesquisa a gente sabe que 80% das mulheres tinham medo de engravidar. Então, pelo menos 30% mudaram de ideia durante a pandemia. Para coletar mais dados, a pesquisa está indo à campo novamente em Pernambuco a partir de fevereiro", complementa ela.

E esse estresse, provocado pela pandemia, influencia na fecundidade? De acordo com  Raquel, as pesquisas mostram que esse estresse pode ser temporário. Já que além do medo, pode vir de uma crise financeira também. Por outro lado, temos as mulheres que podem fazer home office e acabam percebendo a pandemia como um momento muito bom para ter filho.

Aos interessados, o grupo está coletando dados de mulheres de todo o Brasil por meio do questionário online, que pode ser respondido até o dia 31 de janeiro. Segundo a professora, o resultado desta pesquisa online deve ficar pronto em 2022. O WhatsApp da pesquisa é o (22) 98875-3474.

Dá pra falar que vivemos um baby boom? Confira a entrevista completa, no player acima. 

Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 13h às 15h, pela Rádio Nacional de Brasília. 

Criado em 22/01/2021 - 16:58 e atualizado em 22/01/2021 - 16:53