Dia Mundial do TDAH atenta para a inclusão de pacientes

Nesta terça (13), Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Para falar sobre o transtorno, o Tarde Nacional trouxe a psicóloga Iane Kestelman, Presidente da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Segundo ela, o TDAH acomete em torno de 3% a 5% das crianças do mundo todo, prevalência apontada por estudos e reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A doutora explica que até meados de 2000 falava-se muito pouco desse transtorno no Brasil, porém, inúmeras crianças e adolescentes já apresentavam problemas nos campos sociais relacionados a não identificação dos sintomas desse transtorno.

Segundo pesquisas apontadas pela psicóloga, o TDAH é um dos maiores responsáveis no mundo pela evasão escolar, dificuldades de aprendizado, expulsões, fracassos escolares e acadêmicos, dificuldades de manter habilidades sociais, e entre outros problemas que afetam as crianças e adolescentes em suas vidas sociais.

Em entrevista, ela explica sobre o reconhecimento do transtorno no Brasil:

“Diferentemente da maioria dos países de primeiro mundo, nós ainda temos uma luta para fazer com que os direitos dos alunos e dos adultos também com déficit de atenção sejam reconhecidos. Esse talvez seja o grande desafio, a gente poder caminhar para fazer a inclusão das pessoas com déficit de atenção no Brasil.”

A psicóloga explica que as inclusões, assistências e estratégias pedagógicas, acontece em áreas isolada no Brasil, e ressalta que já existe um contingente enorme de professores se capacitando sobre o transtorno, mas também afirma que o conhecimento sobre o TDAH ainda é incipiente. Ela conta que de acordo com suas experiências no estudo de psicologia, ainda se fala muito pouco sobre o transtorno, assim como outros transtornos de aprendizagem. Por isso ressalta a importância de o tema adentrar as universidades para a capacitação de profissionais, assim como a criação de políticas públicas.

“Que o ministério da educação possa olhar para esses alunos de forma inclusiva. Porque as pessoas com déficit de atenção não foram contempladas dentro da política nacional de educação especial na perspectiva inclusiva. Então nossa luta tem sido muito grande não só dentro do executivo, mas também dentro do legislativo.”, afirma a psicóloga.

Em conversa, ela comenta sobre os projetos de lei que visam a inclusão dessas pessoas, explica sobre os sintomas principais da doença, diagnóstico, tratamentos e fala sobre a importância da conscientização desse transtorno.