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Reflexão sobre a violência na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro

Coordenador do Fórum Grita Baixada falou sobre os recentes casos de assassinatos de vereadores na região

Tarde Nacional

No AR em 18/10/2021 - 18:07

Em entrevista no Tarde Nacional desta segunda-feira (18), Adriano de Araujo, sociólogo e coordenador do Fórum Grita Baixada, falou sobre a violência na região da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e sobre como está a atuação do Fórum Grita Baixada em relação ao assunto. A Baixada, como é popularmente conhecida, concentra aproximadamente 60% dos eleitores do Rio de Janeiro. Na maior dessas cidades, Duque de Caxias, três dos 29 vereadores foram mortos apenas nos últimos sete meses. De acordo com um levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral (Giel) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), entre fevereiro de 2020 e outubro de 2021, o Rio contabiliza 19 execuções de políticos, entre eles, pré-candidatos, vereadores, ex-vereadores e assessores parlamentares.

Ainda no relatório semestral da plataforma Fogo Cruzado, que foi lançado em julho passado, com base nos registros de janeiro a junho de 2021, consta que houve 630 tiroteios na Baixada Fluminense, um aumento de 13% em relação ao mesmo período no ano anterior. Em média, foram registrados três tiroteios por dia na região. Só em 2021, 171 pessoas morreram em decorrência de tiroteios e outras 115 ficaram feridas. O número de mortos subiu 11% e o de feridos teve aumento de 4%, se comparados a 2020. Dentre os dados que mais chamaram a atenção estão as chacinas. Nos seis primeiros meses do ano, o crescimento foi de 500% e o número de mortos subiu 717%. A região registrou 12 chacinas em 2021, uma média de duas a cada mês. O número de mortos chegou a 49, quando no ano anterior, no mesmo período, foram registradas seis mortes.

Para Adriano, as ações que têm sido feitas na Baixda Fluminense não diferem das de outras cidades brasileiras, como os convênios com os governos estaduais e o policiamento nas áreas centrais dos municípios, junto com um forte discurso de que é necessário armar as guardas municipais. Na visão dele, a sociedade cobra mais presença dos agentes de segurança nas ruas, mas essas medidas não funcionam, como evidenciam as ocorrências relatadas acima e na grande mídia. "A gente acredita que é preciso um outro olhar, uma outra ótica, uma outra lógica para o enfrentamento dessa violência", diz ele durante a conversa com a apresentadora Luciana Valle.

Durante o bate papo, Adriano Araujo fala sobre outras questões relacionadas à Baixada Fluminense, como o grande número de eleitores residentes nos municípios da região, o que não garante, de fato, ações de efeito em proveito da população. O poder empresarial da região, o crescimento das milícias, a venda de produtos roubados ou falsificados, entre outros assuntos.

Ouça a entrevista na íntegra clicando no player.

Criado em 18/10/2021 - 18:52

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