Compositor, flautista, saxofonista e arranjador, Alfredo da Rocha Vianna Junior, nasceu em 1897, no Rio de Janeiro. O pai de Pixinguinha trabalhava nos Telégrafos, mas, nas horas vagas, era músico e costumava reunir os amigos "chorões". O menino Alfredo absorvia todos os sons daqueles intérpretes do chorinho e os reproduzia com perfeição em uma flautinha artesanal, feita de folha.
Quando o pai mandava o menino dormir, ele continuava ouvindo a música, mas também ouvia os tambores do fundo do quintal. A avô era africana, tinha terreiro e deu ao neto o apelido de Pinzindim, "menino bom" na língua nativa dela.
É bastante provável que foram sido os amiguinhos de infância que 'acertaram' o nome de Pinzindim para Pixinguinha, depois que o músico ficou cheio de buracos no rosto devido à varíola.
As primeiras participações em grupos de chorões foram realizadas em parceria com os amigos do pai do compositor. Em seguida, fez parte de um grupo de samba que começou a aturar em 1917, ainda sob forte influência do maxixe. As primeiras gravações aconteceram na Casa Edison, em 1914.
Foi na sala de cinema Cine Palais que os cariocas da elite conheceram Pixinguinha e se encantaram com os sons da flauta. O milionário Arnaldo Guinle decidiu patrocinar a viagem à Europa do grupo, chamado de "Os Oito Batutas". Os estrangeiros precisavam conhecer a nossa música. No Dancing Sherazade, o grupo atraiu os parisienses que os chamavam de "batutás". Pixinguinha morreu no dia 7 de fevereiro de 1973, dentro de uma Igreja em Ipanema, durante um batizado.
Com colaboração de Rose Esquenazi, professora da Faculdade de Comunicação da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica) e jornalista, o quadro 'O rádio faz história' do programa Todas as Vozes, de 1º de Junho de 2015, conta a trajetória de Pixinguinha no rádio. Você sabia que ele foi diretor musical em emissora radiofônica do Rio de Janeiro? Rose conta também como o compositor lutou contra o preconceito de parte da classe média e da elite no Brasil.
Ouça, no player acima, mais curiosidades sobre Pixinguinha e trechos das músicas 'O urubu e o gavião', 'Naquele tempo', 'A rosa', 'Carinhoso' e 'Vou vivendo'.
O programa Todas as Vozes vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h05 às 10h, na Rádio MEC AM do Rio de Janeiro - 800 kHz, com apresentação do jornalista, professor e radialista Marco Aurélio Carvalho.