Na semana do padroeiro da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, o Bossamoderna assume sua face carioca. “Ela é carioca”, já definiam Tom Jobim e Vinicius de Moraes. E quem mais poderia cantar essa música? O conjunto vocal Os Cariocas, é claro. O mesmo grupo embarca à capela no “Delírio carioca”, de Guinga e Aldir Blanc e no clássico da trilha do musical “Pobre menina rica”, de 1964, “Samba do carioca”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.
Também do carioca Lyra, bossanovista de Copacabana, mas em parceria com o conterrâneo do Méier, Millôr Fernandes, é “Carioca de algema”. O próprio Lyra gravou. E o poeta carioca criado entre a ilha do Governador e a Gávea, Vinicius de Moraes, volta a seu tema preferido em “Mulher carioca”, parceria com Baden Powell.
Canta a também carioca Elizeth Cardoso. Mais uma ode à mulher nascida no Rio salta de “O que é que tem?”, de Joel de Almeida e Pedro Caetano. No caso, em resposta “Ao que é que a baiana tem?”, de Dorival Caymmi, exaltação do baiano-mór às suas conterrâneas. Cantam a carioca Antonia Adnet e a potiguar Roberta Sá. Dono do sucesso “Dona da banca”, na voz de Daniela Mercury, o niteroiense Aleh retrata uma “Sexta feira carioca”, em parceria com William Magalhães e Bernardo Vilhena.
No disco em que homenageia a compositora carioca Dolores Duran, “Minha Dolores”, de 2014, a cantora Nina Becker recria um de seus sucessos da época, “Carioca 1954”, parceria de Ismael Neto e Antonio Maria. Também francamente elogioso é o samba exaltação “Gente carioca”, letra e música do local Francis Hime.
E dois outros autores locais, a dupla de irmãos pioneiros surfistas do Arpoador, Marcos e Paulo Sérgio Valle, satirizam o personagem em “Mentira carioca”. Nascida e criada na Gávea, a cantautora Ana Cristina pincela seu “Flerte carioca”. Neta de Dorival e filha de Danilo, Juliana Caymmi, nascida no Rio, manda sua profissão de fé, “Porque sou carioca”, parceria com a mãe, a letrista Ana Terra.
“Sou carioca/ se não é da gema do ovo/ é do umbigo da cuíca”, proclama o uruguaio criado no Rio, Taiguara, em seu “Samba das cinco”. E do “Samba das cinco” pegamos o “Vôo das onze”, do autor e intérprete Luciano Salvador Bahia, que parodia o megaclássico de Adoniran Barbosa, “Trem das onze”.
“Carioca”, o tema deste Bossamoderna, é o título da composição que abre o disco “As cidades”, de Chico Buarque, de 1998. E encerra o programa um belo plano seqüência do passado do carioquismo, escrito pelo cearense Chico Anysio e o maranhense Nonato Buzar, na voz de sua conterrânea Alcione - todos imantados pelas belezas do “Rio antigo”.
Bossamoderna vai ao ar todo domingo às 22h na MEC FM Rio. Envie seus pedidos de músicas, participação ou informações da programação também pelo Whatsapp (21) 99710-0537.
