O Bossamoderna viaja pelo calendário. “Janeiros”, nossa primeira parada, é composição do carioca Pedro Luís e a potiguar Roberta Sá, gravada por Pedro. A quase homônima “Janeiro”, também reúne outra parceria dos arredores da Lapa: João Callado, do grupo Semente, e Fernando Temporão, fundador do Sereno da Madrugada. Canta Temporão.
E o calendário vai pra Bahia, onde “2 de fevereiro”, é dia de festa no mar. Obra de Dorival Caymmi, voz de Gal Costa. E irrompem as “Águas de março”, que o autor, Tom Jobim gravou com Elis Regina, em 1974. “Qual de nós foi quem mentiu/ ou será que era 1º. de abril”, questiona Marina Lima, em faixa de seu disco “Virgem”, de 1987, “1º de abril (Eu negar?)”, composição dela. Toquinho e Vinicius de Moraes aquarelam “As cores de abril”, também de 1974. Caetano Veloso celebra o “13 de maio” em sua natal Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. “Junho” nasce de um poema de Geraldo Valença, musicado por seu sobrinho, o pernambucano de São Bento do Una, Alceu Valença. O mesmo Alceu engata “Júlia, Julho”, composição só dele, em faixa de seu disco “Ao vivo em todos os sentidos”, de 2003.
O cearense Fagner e o maranhense Zeca Baleiro assinam e cantam a “Balada de agosto”. Quando entrar setembro desponta o “Sol de primavera”, clássico do mineiro do Clube da Esquina, Beto Guedes. E o líder do mesmo Clube, Milton Nascimento, carioca, criado na mineira Três Pontas, desata seu “Outubro”, parceria com Fernando Brant. “16 de novembro” é a data do calendário sonoro de Ivan Lins, em parceria com Vitor Martins. O sanfoneiro sergipano Edivaldo Junior Alves de Oliveira, o Mestrinho, crava “13 de dezembro”, data do nascimento do patrono da música nordestina Luiz Gonzaga, que escreveu a composição com Zé Dantas, em 1953, letrada posteriormente, em louvação, por Gilberto Gil. E esta edição do Bossamoderna rebobina a viagem desde o princípio, no autoexplicativo “Calendário”, de autoria do cantor da composição Tarcio Cardo e seu pai, Tarci.
Bossamoderna vai ao ar todo domingo, às 22h, na MEC FM Rio.