Esta edição do Caderno de Música fala sobre uma prática cada vez mais comum em diferentes áreas: o crossover. A tradução mais apropriada para a palavra, seria interseção. Ele ocorre quando um ou mais elementos de um universo se mistura com elementos de outro universo.
Hoje em dia, é muito comum encontrarmos, por exemplo, filmes baseados em histórias em quadrinhos que unem dois ou mais personagens, como “Batman versus Superman” e os filmes dos “Vingadores” ou da “Liga da Justiça”. Vemos diversos exemplos de crossover tanto em filmes (como a união de Sherlock Holmes com o Drácula, e do Alien versus Predador), quanto em séries (como The Simpsons Guy", um crossover dos “Simpsons" e "Family Guy") e até mesmo videogames (como o jogo “Super Smash Bros”, que usa personagens do Super Mario, The Legend of Zelda e Donkey Kong, entre outros).
Mas a prática do Crossover não se restringe apenas ao audiovisual. Na música, ela pode ser encontrada em diferentes situações. Um dos crossovers musicais mais conhecidos é o crossover clássico, que mistura a música clássica com outros gêneros, em especial o pop ou rock.
A música “Bohemian Rhapsody”, da banda Queen, é um bom exemplo da junção de elementos clássicos, como o coral e instrumentos de orquestra, em uma obra do gênero rock. Alguns cantores, como Sarah Brightman, Katherine Jenkins, Charlote Church e Andrea Boccelli, também ficaram muito conhecidos por utilizarem o crossover clássico, misturando a técnica vocal lírica com canções de pop ou rock. E instrumentistas clássicos também têm chamado a atenção com seus crossovers que unem instrumentos típicos de orquestra em shows e concertos de música pop. Entre eles, podemos destacar os violinistas Andre Rieu, David Garrett e Vanessa Mae.
Podemos encontrar alguns crossovers musicais de estilos que, até pouco tempo atrás, dificilmente se misturavam, como a combinação da música clássica com o funk ou a música eletrônica. E apesar de muitas controvérsias e críticas em relação ao crossover clássico, não podemos negar que ele tem contribuído cada vez mais para a difusão da música de concerto e a eliminação do seu rótulo de “música para a elite”.
Projetos de música clássica para multidões geralmente utilizam o recurso do crossover para atrair o grande público, e isso tem ocorrido com cada vez mais frequência em diferentes orquestras pelo mundo, como é o caso da Orquestra Petrobras Sinfônica, que lotou o Theatro Municipal com a crossover em arranjos para as músicas do astro do pop Michael Jackson.
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O Caderno de Música vai ao ar sábado (24), às 11h45, na MEC FM.