O Caderno de Música deste sábado (13) segue apresentando os instrumentos da música antiga. No último programa foi abordado o período Medieval, e nesta edição, o destaque será para os instrumentos utilizados no Renascimento.
Caracterizado pela sonoridade aguda, o cromorne é um instrumento de sopro feito de madeira em formato de bengala. A emissão das notas se fazia por uma palheta dupla na qual o instrumentista soprava e por uma série de orifícios no corpo do instrumento pelos quais a saída de ar era controlada. O cromorne, de acordo com sua tessitura e tamanho pode se classificar em soprano, contralto, tenor e baixo. Também de palheta dupla é o cervelato, instrumento que consiste em um tubo comprido que fica enrolado dentro de um cilindro.
Neste período, temos também o trompete renascentista. Ao contrário do longo trompete medieval, este trompete teve seu comprimento reduzido uma vez que o tubo do instrumento passou a ser enrolado, o que facilitou no seu manuseio. Entretanto, o moderno trompete de válvulas que conhecemos hoje em dia somente surgiu no século 19. Já a sacabuxa, embora em tamanho um pouco menor, possui formado semelhante ao dos trombones atuais, sendo este um dos motivos pelo qual a sacabuxa é considerada o pai do trombone.
O alaúde, que já era largamente utilizado na música medieval, teve, no período renascentista, parte de seu braço, onde ficam presas as cordas, entortado para trás e as cordas passaram a ser duplas, ou seja, afinadas aos pares em uma mesma nota. Ainda da família dos alaúdes, temos a teorba ou tiorba. Ela pode ser de duas espécies distintas chamadas de pequeno conjunto e grande conjunto. Enquanto o pequeno conjunto é formado por um conjunto de seis cordas simples, o grande conjunto, além de possuir sonoridade mais grave, é constituído por 8 cordas.
A vihuela é outro instrumento de cordas característico do renascimento. Geralmente contendo seis cordas duplas, teve seu auge na região da península Ibérica no século 16, mas seu apogeu foi curto e já no final do século, com o início do período barroco, o instrumento caiu em desuso. Este instrumento poderia ser tocado tanto com as mãos, como com o auxílio de um pelectro ou com arco. A vihuela tocada com arco, inclusive, é considerada uma antecessora da viola da gamba. Dotada de seis cordas, a viola da gamba era geralmente tocada na posição vertical, apoiada nas pernas do executante, assim como os violoncelos. Um dos instrumentos mais comuns do renascimento, a viola da gamba passou por modificações, tendo seu tamanho e arco aumentados, o que deu origem ao contrabaixo.
Quanto aos instrumentos de percussão, os diversos tambores, sinos, triângulos e pandeiros utilizados no período medieval continuaram a ter seu espaço enriquecendo ainda mais a música renascentista.
Como demonstração da sonoridade de todos estes instrumentos, o programa apresenta algumas canções e danças renascentistas, interpretadas pelo Capella Sancti Michaelis e o Currende Consort, sob a direção de Erik van Nevel.
Conheça o som de cada um desses instrumentos no Caderno de Música, que vai ao ar no sábado, às 11h30, na MEC FM.
Conheça os instrumentos medievais, no Caderno de Música