Eliakin Rufino, o poeta da Roraimeira

Compositor, jornalista, professor, mas antes de tudo, um dizedor de poemas. Sem sombra de dúvida, Eliakin Rufino é um precursor da poesia falada na Amazônia. O que ele faz, entretanto, não se enquadra como rap - essa mistura de ritmo e poesa bastante influenciada pela matriz norte-americana. Eliakin não recita, não declama, não interpreta. Ele DIZ sua poesia. Há cinco décadas, vem mostrando como é viver e fazer arte em Roraima, extremo norte do Brasil.

Eliakin nasceu em 1956, no antigo Território Federal do Rio Branco. Antes de se lançar como artista, estudou Jornalismo em Goiânia e Filosofia em Manaus. Foi peregrino, hippie, desbravou as veias abertas da América Latina pela Colômbia, Venezuela e Equador.

Mas foi de volta a Boa Vista, nos anos 80, que ele despertou para a missão de cantar as belezas e contradições de sua terra mãe. Do encontro com Neuber Uchôa e Zeca Preto, surgiu o movimento Roraimeira, que buscava valorizar os elementos da cultura local em suas múltiplas identidades.

O primeiro show do trio aconteceu no dia 28 de agosto de 1984, no Teatro Amazonas, em Manaus. Para celebrar os 40 anos desse feito histórico, subiram ao palco do mesmo teatro, agora em setembro, no último dia 15, desta vez acompanhados por artistas roraimenses das novas gerações.

No 3º episódio da série “Roraimeira 40 Anos”, produzida pela Rádio Nacional da Amazônia, o artista relembra como tudo começou, desde as primeiras reuniões em sua casa, às margens do Rio Branco, até os dias de hoje.

Ficha Técnica:

Série Especial "Roraimeira 40 Anos"

Roteiro, produção, edição e apresentação: Ana Pimenta

Ouça os outros episódios da série:

Zeca Preto: “cantamos o orgulho de ser Roraima”

Neuber Uchôa e o regionalismo pop da Roraimeira