O cantor e compositor Neuber Uchôa nasceu em Boa Vista, e começou a cantar ainda criança em programas de auditório. Na década de 80, conheceu Zeca Preto e Eliakin Rufino, e juntos se puseram a pensar numa nova estética para representar, segundo Neuber, um povo do futuro, ainda em formação.
Roraima é o estado mais ao norte do país, na fronteira com a Venezuela e a Guiana. No imaginário comum dos anos 80, dominava a ideia da conquista, da fortuna fácil no garimpo, com gente destruindo a natureza a qualquer custo.
Era preciso mudar essa mentalidade. Com o movimento Roraimeira, que completa quatro décadas este ano, Neuber, Zeca e Eliakin queriam mostrar que aquela terra não era dominada por aventureiros, e que existiam raízes e uma relação de amor das pessoas com o lugar. Os artistas criaram canções cheias de referências à culinária, aos costumes, à fauna e à flora, misturando sonoridades indígenas e caribenhas, numa espécie de antropofagia cabocla.
No2º episódio da série especial "Roraimeira, 40 anos", Neuber Uchôa explica que a identidade do estado está na própria diversidade. “O nosso regionalismo é pop; somos um povo jovem, um cadinho do Brasil”, afirma.
Na trilha sonora, você ouve "Cruviana", do álbum "Muito Prazer" (2002), e na sequência, a canção "Fronteiras" - uma mensagem pela paz e por mais respeito entre brasileiros, venezuelanos e guianenses.
Ficha Técnica:
Série Especial "Roraimeira 40 Anos"
Roteiro, produção, edição e apresentação: Ana Pimenta
Ouça os outros episódios da série:
Zeca Preto: “cantamos o orgulho de ser Roraima”
Eliakin Rufino, o poeta da Roraimeira