A Polícia Civil realizou na manhã desta terça-feira (10) uma nova operação contra a grilagem de terras no Distrito Federal. A operação Dinossauro foi realizada contra uma organização criminosa que já teria vendido 700 lotes na região do Jardim Botânico.
Foram 14 mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 de busca e apreensão no DF e em Unaí. Entre os envolvidos estão advogados, corretores e um ex-servidor público. Muitos deles já haviam sido presos em operações da polícia contra grilagem de terras.
A operação foi denominada Dinossauro devido aos grileiros terem conseguido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a autorização para explorar um suposto sítio arqueológico que existiria no local, mascarando a intenção da grilagem de terras.
Foram vendidos, desde 2010, cerca de 700 lotes de 600 metros quadrados, no suposto loteamento denominado Ville de Montagne 2, totalizando quase 45 milhões de reais. Também era cobrado condomínio no valor de R$ 740 dos compradores, gerando cerca de R$ 500 mil a quadrilha.
A área que estava sendo alvo de grilagem possui 46 hectares e encontra-se na APA - Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu. O desmatamento da vegetação nativa com a construção do loteamento já causou danos ao meio ambiente.
Os investigados serão responsabilizados por organização criminosa, parcelamento irregular, dano ambiental, corrupção e tráfego de influência.
Os compradores dos lotes também podem ser indiciados como participantes do esquema, apesar de não terem iniciado as construções dos terrenos.
A polícia orienta a população a investigar a procedência dos imóveis adquiridos somente com escritura pública e nunca com cessão de posses, que são, na maioria, falsas.
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