O Ponto de Encontro desta quarta-feira (12) conversa com a cardiologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Dra. Fernanda Weiler, sobre os casos da doença de chagas no Pará.
"É uma tristeza isso estar acontecendo. Em 2006, o Brasil chegou a receber um certificado de erradicação de transmissão da doença, mas daquela forma de transmissçao tradicional em que o barbeiro se escondia nas paredes das casas antigas e durante a noite picava a pessoa, ao picar defecava perto da pele, a pessoa coçava a região e o tripanossoma entrava na corrente sanguínea e causava a doença de chagas", explica a cardiologista.
A médica explica que os novos casos da doença que estão surgindo são por contaminação indireta, ou seja, pela ingestão do barbeiro, que é triturado junto com os alimentos. Essa forma de contágio costuma ocorrer com a ingestão do açaí e do caldo de cana.
“É uma preocupação nova. A gente vai ter que melhorar nossa vigilância sanitária, vai ter que tomar algumas providências para que essa transmissão seja interrompida porque a doença de chagas é uma doença crônica, então, às vezes não é detectada logo no contágio. Ás vezes demora 20 anos para surgir o primeiro sintoma. Essa conttaminação pode estar em maior escala do a gente está percebendo”, complementa.
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