As doenças de pele, antes restritas aos presos da Papuda, estão chegando a outros locais do Distrito Federal. Sete adolescentes internadas na unidade de semiliberdade do Guará contraíram sarna. Também seis agentes penitenciários já foram confirmados com algum problema de pele transmissível. Até o dia 31 de julho, era apenas um.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa, Valter Marques, acha que o contágio dentro do sistema de reeducação pode ter ocorrido pelo contato com algum detento. "Existe sim a possibilidade de uma dessas jovens ter tido contato com alguém do penitenciário. A ação reparatória foi rápida, logo no sábado, fizeram desinfecção do local, retiraram colchões, e levaram as roupas para lavar".
Os primeiros casos de doenças de pele entre detentos começaram ainda no primeiro semestre. Em junho, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário identificou e tratou quase 700 detentos. Mas em julho, o número de contaminados subiu para mais de 2,6 mil. A Secretaria de Saúde, responsável pelo tratamento dos presos, afirmou que todos os diagnosticados são medicados com remédios orais e tópicos. Nos casos de sarna, as celas são limpas com criolina. Os detentos também recebem noções de higiene.
Segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários, a única proteção que eles têm para evitar o contágio pelas doenças de pele são luvas. O presidente do órgão, Leandro
Alana, explica o que está sendo feito para evitar que o problema se espalhe. "Nós ingressamos para que o GDF pague o adicional de insalubridade em grau máximo, que ele se nega a pagar. E nos estamos orientando os funcionários a usarem as luvas porque e é único equipamento de proteção que nós temos, e não podemos deixar de usá-las".
Até o momento, a Subsecretaria do Sistema Penitenciário não se posicionou sobre os casos das adolescentes contaminadas com doenças de pele.
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