Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o processo de impeachment não traz estabilidade política para o país. Na conversa para explicar a imprensa internacional a situação política do Brasil, Dilma criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o que chamou de golpe.
A presidente disse que não é justo que o país passe 15 meses tendo aqueles que não chegam ao poder pelas formas previstas na democracia tentando encurtar o caminho e inviabilizar a retomada do crescimento.
A presidenta ainda explicou as chamadas pedaladas fiscais e reafirmou que não se trata de crime de responsabilidade. Ela garantiu que o caso não trata de mau uso de dinheiro público mas diz respeito ao modo como o governo gerencia e gasta o dinheiro.
Dilma também lamentou a citação do deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante a votação na Câmara. Ustra foi chefe do destacamento de operações internas durante a ditadura militar. Ele foi considerado pela Justiça como o maior torturador durante o regime.
Sobre os Jogos Olímpicos, Dilma afirmou que o governo está trabalhando e que tem certeza de esses serão os melhores jogos do mundo.
Nesta terça-feira(19) foram publicados no Diário Oficial da União a renomeação de ministros que foram exonerados para votar na Câmara contra o processo de impeachment. Voltaram para os cargos os ministros da Saúde, Marcelo Castro (PMDB) e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT). Eles foram exonerados na semana passada.
Já o ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB), não foi renomeado. Ele votou a favor do impedimento.
E o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, foi exonerado a pedido. Na semana passada, ele pediu demissão do cargo após o partido dele, o PSD, declarar que iria apoiar o processo de impedimento.
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