“O desenho do sistema de segurança do Brasil que foi feito na Constituição de 1988 está falido porque foi ultrapassado pelos fatos e pela gravidade da crise que nós vivemos atualmente.” A afirmação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann. Em entrevista ao Revista Brasil, ele explicou que é preciso “reinventar o sistema”, porque devido aos problemas do setor e ao aumento da violência, em breve haverá uma ameaça à sociedade, às instituições e à democracia.
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Ele lembra que no ano passado o governo investiu R$ 3 bilhões no Plano Nacional de Segurança para reconstruir o setor, mas ressalva que além de ser uma obra de médio e longo prazos, a ser feita por vários governos, existe a necessidade de participação do Congresso e da sociedade.
Jungmann também aponta como erros dos governos estaduais na segurança pública “um sistema prisional absolutamente saturado, onde surgiram as grandes gangues que controlam o crime nas ruas”. Além disso, ele observa que a polícia é mal-remunerada, mal equipada e faz greves, o que é vetado pela Constituição e deixa a população à mercê da criminalidade.
Outro problema, de acordo com o ministro: em um ano e meio, ocorreram 11 intervenções das Forças Armadas na segurança de vários estados. Ainda, na avaliação dele, a falta de verbas é agravada pela inexistência de um piso para a segurança pública.
Dos 17 mil quilômetros de fronteiras do país, por onde entram armas e drogas, o ministro Raul destaca que 9 mil são formados por floresta e água. Lembra ainda que quatro dos dez países vizinhos do Brasil são grandes produtores drogas. "Nós temos que nos entender e montar programas binacionais com esses países para poder conter o tráfico", afirma.
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