Exame específico de DNA pode determinar paternidade mesmo em caso de gêmeos idênticos

O Revista Brasil ouviu a bióloga molecular e geneticista brasileira, professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Mayana Zatz, sobre uma decisão da Justiça, que atribuiu a paternidade biológica de uma menina a gêmeos moradores do município de Cachoeira Alta, em Goiás, pois o exame de DNA realizado não foi capaz de determinar qual deles era o pai.

Ouça a entrevista no player abaixo:

Mayana explicou que a não identificação ocorreu porque os exames de paternidade de rotina olham apenas alguns genes.

A geneticista afirmou que o DNA humano é complexo, e possui mais de três bilhões de letras. Normalmente uma pessoa difere da outra por três milhões de letras, mas em gêmeos não é exatamente assim, já que os genomas são muito semelhantes, contudo não são totalmente idênticos.

“Então, existe exame de DNA, que a gente chama de genoma completo, em inglês Hold Non Sequence, que poderia determinar algumas diferenças entre os gêmeos, mas é um exame mais complexo, mais demorado, depende da análise de um especialista”, informou.

Ainda de acordo com a bióloga, existe solução para o caso com a tecnologia existente, mas trata-se de um exame caro, que custa cerca de US$ 15 mil.  

O Revista Brasil vai ao ar de segunda-feira a sábado, às 8h, na Rádio Nacional de Brasília. É transmitido de segunda a sexta-feira, às 8h, na Rádio Nacional da Amazônia e na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. E também de segunda a sexta-feira, às 6h, na Rádio Nacional do Alto Solimões.