Sociólogo da Unesp avalia situação após atentado terrorista na França

O ataque a revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos na França, foi tema do Revista Brasil desta quinta-feira (8). O programa conversa com o ex-observador da ONU e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Sérgio Luiz Cruz Aguilar. O sociólogo avalia o impacto da ação e o que muda na segurança no mundo.

De acordo o sociólogo, em 2014 houve um crescimento de ações consideradas por alguns países como terroristas. É o caso do Estado Islâmico, na Síria, e do Boko Haram na Nigéria, que extrapolaram a ações locais. “O que se observa é que além desses grupos, existem o problema de indivíduos ou de grupos de indivíduos, que pode ser o caso de Paris”, afirmou Sérgio Aguilar. O professor lembrou do caso do atendado em um café em Sidney, Austrália, no final de 2014.

O entrevistado lembra que a França já está há muito tempo ligada ao combate ao terrorismo internacional. E atentados como o que aconteceu ontem (7), em Paris, vão fazer com que os países que tradicionalmente têm como uma das prioridades de segurança o combate ao terrorismo intensifiquem essas ações.

Na avaliação de Sérgio Aguilar, as responsabilidades de atos como o ataque a revista Charlie Hebdo requer maior investigação antes de qualquer reação. “A princípio qualquer atentado que ocorre, como ete, faz-se uma ligação, que as vezes pode não existir, com o terrorismo internacional. Por conta da atuação da Al-Qaeda nos últimos anos, principalmente no 11 de setembro, qualquer pessoas ou ato terrorista pode ser vinculado a organização fundamentalista, mas requer maior investigação.”

O professor chama atenção para o estado brasileiro que, mesmo sendo um exemplo para o mundo de convivência pacífica, de não discriminação religiosa, não está imune a atentados deste tipo.

Confira a análise do sociólogo da Universidade Estadual Paulista, nesta entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, com o jornalista Valter Lima.