Aos 25 anos, o recifense Roberto de Melo Santos lançou um álbum que se tornou um marco na black music brasileira. Agora, 50 anos depois, um público que nem era nascido quando o disco saiu, canta em alto e bom som nas noites paulistanas faixas de “Di Melo”. Entre elas, “A vida em seus métodos diz calma”, “Kilario” e “Má-lida” - esta última a preferida do músico.
O autointitulado álbum de estreia, “Di Melo”, quase foi também o último da carreira dele. “Depois de ser um sucesso de vendas, recebi apenas 11 cruzeiros. Se fosse hoje, eu constituiria um advogado e seria remunerado corretamente. Na época, jovem, fiz uma quebradeira e fui viver na praia”, conta Di Melo em entrevista à coluna Radar Sonoro, do Tarde Nacional São Paulo.
Na segunda metade dos anos 1970, ele simplesmente desapareceu. Chegou a ser dado como morto. O cantor conta que os rumores sobre a morte começaram a circular após um acidente de moto. Até que, em 2011, Di Melo reapareceu. Primeiro num show em Garanhuns, em seu estado natal. Logo depois, no Cine Joia, em São Paulo.
Com a apresentação marcada para o Dia da Mentira daquele ano e uma campanha de marketing que colocava em dúvida se ele realmente compareceria ao show no bairro da Liberdade, uma verdadeira comoção foi criada entre os fãs. E Di Melo ganhou o apelido de “imorrível”. “Desde que eu virei imorrível, todo dia passou a ser meu aniversário”, comenta o cantor, que nasceu em 22 de abril de 1949.
A colunista Sarah Quines e o apresentador Victor Ribeiro conversaram com Di Melo, que contou muitas histórias e antecipou novidades. Entre elas, um relançamento do álbum de estreia, para marcar o cinquentenário. E shows para comemorar meio século do lançamento do álbum clássico, incluindo apresentações em palcos icônicos, como o SESC Pompeia, em São Paulo, e o Circo Voador, no Rio de Janeiro.
Ouça a entrevista completa no player acima.