Na coluna “Marca Página” desta semana, Priscila Kerche vai mostrar quem estava produzindo poesia na época da ditadura militar no Brasil e que foi silenciada pela ditadura cívico-militar do país.
O resgate poético desse período é um dos objetivos do projeto “Memorial Poético dos Anos de Chumbo”. A ação é encabeçada pelos pesquisadores Marcelo Ferraz, Nelson Martinelli Filho e Wilberth Salgueiro e é um projeto em rede, de caráter interdisciplinar, que integra pesquisadores e pesquisadoras de diversas universidades brasileiras. A pesquisa conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES).
O projeto possui um banco com mais de 1500 poemas, entre os anos de 1964 e 1985, período oficial da ditadura militar. E esse conteúdo todo está disponível online num site que é: https://mpac.ufes.br/
E aí agora, em fevereiro, eles selecionaram 200 desses poemas, de 90 poetas diferentes, para serem publicados em livros.
Priscila Kerche conversou com o Marcelo Ferraz, que é um dos organizadores, sobre quem são esses poetas e qual o teor desses poemas.
Ele falou sobre uma sensação de abafamento que perpassa toda essa produção. Sobre o objetivo de dar luz a poetas que estavam esquecidos e também sobre entender como a ditadura influenciou as poetas consagradas - e também a poesia enquanto gênero - que sempre esteve fora dos holofotes, mas continou sendo produzida mesmo sob censura.
Ao final da coluna, Priscila Kerche recita o poema recuperado pela pesquisa do Memorial Poético dos Anos Chumbo sobre esperança e desaparecimento, de autoria do Aristides Klafke, chamado “Nos Dias, Nas Noites, Nos Minutos”.
Clique no player para ouvir.