Em pleno Janeiro Branco, o Tarde Nacional conversou com especialistas sobre a saúde mental do trabalhador antes e durante a pandemia. Quais seriam os principais problemas e como evitar o adoecimento de profissionais? Existem ambientes tóxicos? Dá pra ser feliz no trabalho? Você sabia que das dez principais causas de incapacitação para o trabalho, cinco são doenças psiquiátricas? Nessa lista estão a depressão, a esquizofrenia, o transtorno bipolar, o transtorno de ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo, mais conhecido como TOC.
Para falar mais sobre esses assuntos, que não persistem apenas em trabalhos presenciais, o programa conversou com a médica psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), Renata Nayara Figueiredo. E sobre felicidade no trabalho com a fundadora do Instituto Feliciência, com sede em Brasília, que desenvolve programas e cursos de promoção da felicidade pessoal e corporativa pautados pela psicologia positiva, pela neurociência e pelo sistema Felicidade Interna Bruta (FIB), Carla Furtado.
Segundo a psiquiatra, o afastamento do trabalho por doenças mentais é cada vez mais comum. Ela explica que em algumas profissões também é bastante comum o uso de substâncias. Álcool, principalmente. "Várias doenças estão relacionadas ao trabalho, muita das vezes, entra como fator de risco para essas doenças. Os transtornos psiquiátricos, no geral, as pessoas têm muito estigma de falar. E, às vezes por conta do trabalho, da pressão, e até por a pessoa ser muito perfeccionista e se dedicar demais acaba trazendo um mal estar. E a pessoa não entende que aquilo ali é mais do que só uma ansiedade, só uma tristeza ou insatisfação no trabalho. Então, é preciso tratar essa pessoa e também esse ambiente de trabalho que está adoecendo. E provalmente, não só aquele profissional", pontua Renata.
Com os ambientes de trabalho cada vez mais competitivos, menos inclusivos e com ambientes extremamente tóxicos. Ela ressalta a importância de ambientes prazerosos, sem fofoca e com gestores que tenham sensibilidade. "Com o trabalho remoto, por exemplo, onde muita das vezes, você não tem uma rotina, pode fazer qualquer hora. A pessoa acaba adoecendo por causa disso, a pessoa fica muito exausta", aponta Renata.
Para se sentir bem no trabalho, Carla Furtado dá algumas dicas aos ouvintes/internautas. "O primeiro ponto é a questão do propósito, que nada mais é do que a percepção que eu tenho do impacto que aquilo que eu faço causa em outras pessoas. E isso me causa bem-estar. Esse sentido para aquilo que se faz é muito importante para a organização, independente da função que o trabalhador exerça. Assim, como o diálogo constante dos líderes com seus times. O segundo é o engajamento. Como é que eu como organização, apoio o engajamento do meu time? Como é que eu apoio a dedicação, o rigor deste trabalhador? Outro ponto, muito importante, é ter as pessoas com as habilidades certas nas atividades certas", esclarece.
Quer saber outras dicas? Ouça a entrevista completa, no player acima.
O Tarde Nacional vai ao ar de segunda a sexta-feira, no horário de 15h às 17h, pela Rádio Nacional de Brasília.