Projeto Ondas: Surfe transforma a vida de crianças carentes no Guarujá

O surfe fez a sua estreia como modalidade esportiva nas Olimpíadas de Tóquio, o que representa uma conquista muito grande, segundo o bicampeão brasileiro Jojó de Olivença. “Foi uma luta de muitos anos e finalmente estamos nas Olimpíadas, sendo representados por um time de peso e com uma expectativa muito grande de medalhas. O surfe no Brasil chegou pra dominar o mundo e na Olimpíada não vai ser diferente,” avalia.

Nesta entrevista ao programa Tarde Nacional, Jojó conta que ao encerrar a sua carreira decidiu colocar em prática um antigo sonho. Fundou o Projeto Ondas, no Guarujá (SP), que usa o surfe como instrumento de educação e inclusão social e é inspirado em sua própria história de vida e superação. De origem pobre, o bicampeão conta que começou a surfar na praia de Olivença, no sul da Bahia, usando uma prancha emprestada. Com muito esforço e dedicação, foi subindo degrau por degrau até chegar à elite do esporte.

O Projeto Ondas oferece às crianças aulas de surf, educação ambiental, reforço escolar, noções de ética e cidadania, além de dar apoio às famílias. “Acredito que estamos contribuindo com a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas em vulnerabilidade e também devolvendo para a sociedade tudo aquilo que o esporte me proporcionou.” A prioridade são crianças que vêm da periferia, com quase zero de oportunidades e que passam necessidades. “Quanto mais difícil a situação da família, maior é o nosso desafio e é isso que nós queremos.”

Jojó explica que o objetivo do projeto não é trabalhar com alto rendimento, com a competição em si. "Fiz uma escolha no passado e decidi trabalhar na cidadania, para transformar pessoas, para formar cidadãos através do surfe. Não estamos preocupados em formar bons surfistas, mas sim bons cidadãos que saibam surfar as ondas da vida com excelência, gerando oportunidades, ampliando visão de mundo e estimulando sonhos. Esse é o nosso grande desafio.”

Ouça a entrevista no player acima.