Como diz Sonia Hirsch no livro “Só para mulheres”, antes de mais nada: leite, só de mãe. Todo animal mamífero mama no peito até poder alimentar-se sozinho, mas é no peito de sua própria mãe. As histórias de Rômulo e Remo, amamentados por uma loba, e de Tarzan, criado por uma macaca, e de Mowgli, criado também por uma loba, são meras exceções que confirmam a regra: leite, só de mãe.
Leite é sangue que deixa de correr pelo umbigo e sai pelo bico do seio. E na boca a criança começa a aprender. Tem que puxar, tem que querer, às vezes chora de tão difícil que é no comecinho. Para a mãe às vezes também é difícil, encontrar a melhor posição às vezes leva uns dias, às vezes cansa. Mas mãe e filho sempre acabam se ajeitando. Da boca do neném o leite desce para o estômago, de lá para os intestinos, ativando no corpinho tudo aquilo que está pronto a funcionar. Devagar, devagarinho, deixando o tempo passar...
Botou pra arrotar? Arrotou? Golfou? É normal.
E se é assim tão simples, tão natural, porque a polêmica em torno do aleitamento público vem causando tanta a polêmica? No mês passado a discussão em torno do tema ganhou grandes espaços no rádio, TV e nas mídias sociais.Chegou a provocar até os “mamaços“ (como foram chamados os protestos) em frente a lojas e empresas que ainda não possuem uma política de apoio à amamentação.
De qualquer forma, o debate global sobre os direitos das mães e bebês: “o bom comportamento público”, ao longo de décadas, acabou provocando no último dia 14 a sanção de uma lei que assegura o aleitamento materno em qualquer estabelecimento de São Paulo! Parabéns prefeito Fernando Haddad. A cidade de São Paulo deve se orgulhar da sanção dessa lei. No entanto, resta saber como vai se dar o cumprimento/fiscalização dessa lei na prática.
As vésperas do dia das mães só nos resta esperar que ninguém criminalize o ato de amamentar. Até porque esse é um dos maiores gestos de amor entre mãe e filho! E quem, com certeza, concorda comigo é a nossa amiga do peito, Livia Martins, médica ginecologista. Vamos ouví-la!
Confira a íntegra da entrevista nesta edição do Viva Maria!
Desde o início da década de 80, as mulheres sabem: têm voz no rádio brasileiro. Com mais de 30 anos dedicados à defesa dos direitos da mulher, o Viva Maria apresenta temas relevantes e entrevistas com personalidades que contribuem para a melhoria da vida da mulher.
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Em formato de programete, o Viva Maria é presença garantida na programação das Rádios EBC. A apresentação e produção são de Mara Régia.