O Caderno de Música deste domingo (1) traz mais umaa edição da série “Elementos da Música”, e explora o gênero concerto, um dos mais conhecidos e executados na música clássica. Este formato surgiu no período barroco e permaneceu relevante ao longo dos séculos, evoluindo em estilo e estrutura, mas mantendo sua principal característica, que se resume à ideia de contraste entre um solista – ou grupo de solistas – e um conjunto maior, como uma orquestra. O concerto é um gênero que atravessa os séculos, evoluindo de uma forma simples de contraste entre um ou mais solistas e uma orquestra para se tornar uma das formas mais complexas e emocionais da música clássica. A transformação do concerto ao longo do tempo reflete o desenvolvimento da técnica instrumental, da expressão emocional e da criatividade composicional.
A primeira forma de concerto a surgir foi o concerto grosso, muito popular no período barroco. Nessa modalidade, um pequeno grupo de solistas (o concertino), se contrapõe a uma orquestra maior (o ripieno ou tutti). Essa divisão cria um jogo de tensões e resoluções que caracteriza a obra. Compositores como Corelli, Vivaldi e Handel são alguns dos principais nomes associados a esse estilo. Como um desdobramento do concerto grosso, no final do século XVII e início do século XVIII, ainda no Barroco, surge o concerto solo, no qual, em vez de um grupo de solistas, um único instrumento é colocado em evidência contra a orquestra. Os concertos de Vivaldi, Bach e Handel exploraram de maneira magistral esse contraste.
O concerto solo continuou a evoluir no período clássico, mas com uma série de transformações importantes. Neste período, a orquestra passou a ter mais presença, e a estrutura do concerto ganhou maior complexidade. A principal característica do concerto clássico foi o virtuosismo cada vez maior do solista, além da cadência, que se tornou um elemento fundamental. O período romântico trouxe novas exigências técnicas e emocionais aos concertos. O papel do solista se tornou ainda mais central, com a orquestra (agora mais numerosa) servindo de pano de fundo para a grandeza expressiva do intérprete. O concerto romântico é marcado por um aumento significativo no virtuosismo, especialmente em obras para piano e violino.
E na era contemporânea, que reflete uma maior liberdade criativa e novas possibilidades exploradas. Compositores como Rachmaninov continuaram a tradição do concerto neorromântico, enquanto outros se aventuraram em novas direções, criando concertos para instrumentos menos convencionais e explorando novas sonoridades.
Confira mais no Caderno de Música. Domingo, 12h30, na Rádio MEC.