Nas últimas semanas, o mundo inteiro tem travado uma guerra contra um inimigo microscópico: o coronavírus. Mas o aparecimento de epidemias perigosas não é um fato inédito na História. Para mostrar quais outras doenças infecciosas já aterrorizaram a humanidade, o Na Trilha da História desta semana convidou o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Ele é autor dos livros “A História e suas epidemias” e “A História da Humanidade contada pelos vírus”.
Durante a entrevista, Stefan lembrou, por exemplo, que a peste negra chegou a matar um terço da população da Europa, propagando pânico por todo o continente. Isso aconteceu durante a Idade Média, no século XIV, durante um período de apenas dois anos. O médico contou que, já naquela época, várias consequências da pandemia do coronavírus já eram uma realidade, como a quarentena, os danos para a economia e o medo do desabastecimento.
O infectologista Stefan Ujvari destacou também que, com o início da Idade Moderna e das grandes navegações, entre os séculos XV e XVI, os colonizadores levaram para a América não apenas a sede por ouro, açúcar e outras riquezas. Trouxeram também os agentes da influenza, da malária, do sarampo, que praticamente dizimaram a população nativa, que não tinha anticorpos para combater esses microrganismos. Estimativas indicam que 80% dos indígenas tenham morrido em decorrência das doenças infecciosas.
O médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz também detalhou as consequências da Revolução Industrial para a saúde pública. Entre meados do século XVIII e o início do século XIX, as cidades cresceram de forma desordenada. Muita gente vivia em pouco espaço, com uma precária rede de saneamento básico. Era o cenário ideal para a propagação de bactérias. Foi neste contexto, explicou Stefan Ujvari, que surgiu a epidemia da cólera.
Trilha Sonora
A trilha sonora deste episódio é formada por músicas que têm sido muito lembradas durante este pandemia de coronavírus. Confira a lista: “Andrá tutto benne” (composição e interpretação de Flávio Cristóvam); “O Pulso” (composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Bellotto / interpretação dos Titãs); “O dia em que a Terra parou” (composição e interpretação de Raul Seixas); “Let Your Love Be Known” (composição e interpretação de Bono Vox); “Bella Ciao (composição de Hardwell / interpretação do grupo “El violinista del amor & los pibes que miraban contra los fantasmas”; e “Imagine” (composição e interpretação John Lennon).
Conheça o Na Trilha da História:
Confira os horários do programa:
Sábado, 11h: Rádio Nacional FM Brasília 96,1 MHz, com reprise na quinta-feira, às 22h;
Sábado, 11h: Rádio Nacional AM Brasília 980 kHz; com reprise no domingo, às 11h;
Sábado, 6h: Rádio Nacional do Rio de Janeiro 1.130kHz;
Sábado, 7h: Rádio MEC do Rio 800kHz, com reprise no sãbado, às 17h, e no domingo, às 7h;
Quinta, 22h: Rádio MEC FM Rio 99,3 MHz;
Sábado, 13h (horário de Brasília): Rádio Nacional da Amazônia 11.780kHz e 6.180kHz em rede com a Rádio Nacional do Alto Solimões AM 670 kHz, FM 96,1 MHz, com reprise no domingo, às 6h;
O Na Trilha da História é apresentado pela jornalista Isabela Azevedo. Sugestões para o programa podem ser enviadas para culturaearte@ebc.com.br.
Os áudios do Na Trilha da História podem ser disponibilizados para retransmissão, sem fins comerciais, por meio da licença Creative Commons CC BY-NC-ND. Esta licença permite que os programas sejam retransmitidos desde que não sejam editados e mantenham o crédito da Rádio Nacional e da Rádio MEC - Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em caso de interesse, basta enviar um e-mail para culturaearte@ebc.com.br.