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Dia 18 de dezembro é Dia Internacional do Imigrante

A professora de direito internacional privado da Universidade Federal do Paraná, Tatyana Friedrich, lamenta a xenofobia que ainda está presente no Brasil.

Revista Brasil

No AR em 18/12/2020 - 08:13

O Dia Internacional dos Migrantes é celebrado anualmente em 18 de dezembro, quando o braço da Organização das Nações Unidas para Migrações promove eventos, em parceria com os governos e a sociedade civil de vários países, para discutir temas como dignidade, solidariedade, exploração, acolhimento, entre outros.

Nesta entrevista ao Revista Brasil, a professora de direito internacional privado da Universidade Federal do Paraná e coordenadora do Programa Política Migratória e Universidade Brasileira (PMUB/UFPR), Tatyana Friedrich, comenta sobre o fluxo migratório dos haitianos após o terremoto de 2010, e, mais recentemente, sobre os venezuelanos que entraram no Brasil pela fronteira com Roraima e se concentraram no município de Pacaraima e na capital, Boa Vista.

Ela destacou as ações do governo e as boas práticas desenvolvidas por universidades e pela sociedade civil na luta pelo acolhimento e integração dos migrantes da Venezuela, como as aulas de português, atendimento jurídico e psicológico, mas lamenta que ainda exista preconceito e xenofobia no Brasil.

“De modo geral, tem sido relativamente organizada essa colocação de venezuelanos no território brasileiro. Mas, como a gente vive uma crise sócio-econômica no país, eles têm sofrido muita xenofobia por parte da sociedade, infelizmente. Racismo e xenofobia andam juntos, mas também há preconceitos em relação ao gênero, à nacionalidade e à classe social.”

Segundo Tatyana Friedrich migrar para outro país significa abandonar toda uma vida em busca de melhores condições e isso traz uma série de traumas psicológicos severos e que precisam ser tratados. “É muito comum eles terem depressão, tem vários casos também de tentativa de suicídio. Então, é preciso acolher também essas pessoas na área da saúde mental,” destaca.

Um outro problema é a falta de políticas nas escolas para acolher crianças migrantes. Elas sofrem muito e por vezes ficam isoladas devido à dificuldade com o idioma.

“A situação das crianças também é bem sensível e precisa de um novo olhar dos nossos governantes na área da educação para que tenha, então, formação dos professores, dos funcionários das escolas, dos diretores das escolas sobre a questão migratória, que é fundamental” alerta a entrevistada.

Para ouvir a entrevista completa clique no player acima.

O Revista Brasil vai ao ar de segunda-feira a sábado às 8h, pela Radio Nacional de Brasília e Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Criado em 18/12/2020 - 20:13

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