O Tarde Nacional - Amazônia falou sobre o trabalho escravo doméstico, que é bastante frequente no Brasil, apesar de subnotificado. A entrevistada foi a procuradora do trabalho, Gabriela Menezes Zacareli.
A procuradora disse que essa modalidade de trabalho escravo afeta principalmente mulheres negras, que chegam a ficar décadas nesse tipo de condição. Ela contou que muitas vezes as vítimas, oriundas de cidades do interior, chegam ainda meninas nas residências dos exploradores, sob o pretexto de ali terem mais condições de estudo e acesso a serviços. Mas o que realmente acontece é que são privadas do convívio com a família biológica, do convívio social, e passam a ter atribuições de adultos, virando babás e domésticas. Também são frequentes os casos de violência física e sexual.
Gabriela Zacareli explicou que a subnotificação se dá justamente pela dificuldade de fiscalização, já que o trabalho escravo doméstico ocorre entre quatro paredes, dentro das residências. Além disso, segundo ela, é muito comum que as vítimas sejam alvo de tortura psicológica e até de coação, o que faz com que não tenham coragem de denunciar (a maioria das denúncias se dá por parte de vizinhos e pessoas de fora da família). Por isso, a procuradora ressaltou os canais de denúncia, que são o disque 100, o site do Ministério Público do Trabalho e, ainda, qualquer delegacia de polícia.
Ouça a entrevista completa no player acima.
O Tarde Nacional - Amazônia vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 13h às 15h, na Rádio Nacional da Amazônia. A apresentação é de Juliana Maya.