Se adaptar ao novo normal ainda é difícil para alguns adultos e, para as crianças, a repercussão da pandemia pode atrapalhar o desenvolvimento infantil. Para lidar com o problema, cientistas brasileiros publicaram um estudo que pode auxiliar os pais e professores a elaborar estratégias de ensino e comportamento.
Em entrevista ao Tarde Nacional desta sexta-feira (31), Fernando Louzada, um dos coordenadores da pesquisa e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), explicou que as crianças podem apresentar certos comportamentos negativos durante o isolamento social.
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“Pode haver alterações comportamentais, mudanças de apetite, aumento de problemas de sono e aumento de pesadelos. Isso tudo em razão do distanciamento social e toda angústia da pandemia”, explicou.
A boa notícia é que com as estratégias certas, é possível compreender e lidar com as crianças. O estudo, que foi dividido em cinco partes, aborda desde o impacto do desenvolvimento na primeira infância até estratégias para a saúde infantil na pandemia.
“A gente dividiu algumas recomendações relacionadas ao ambiente familiar, mas um dos nossos objetivos é também para gestores públicos. A gente sugere algumas mudanças na comunicação com a criança, que evite notícias e comentários negativos para que não reforce a preocupação”, orientou.
Outro fator estudado pelos cientistas é a necessidade de priorizar a saúde mental da criança ao invés de cobrar os conteúdos da escola. Após a pandemia, vai ser preciso ir devagar.
“Precisamos priorizar alguns conteúdos da saúde mental, trabalhar alguns aspectos como o aspecto sócioemocional e regulação emocional das crianças, que vai estar muito abalado, e mudar um pouco as prioridades estabelecidas”, afirmou.
A pesquisa está aberta para toda a população e pode ser acessada no site do Comitê Científico - Núcleo Ciência pela Infância.