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Caderno de Música traz a relação entre György Ligeti e Stanley Kubrick

Programa apresenta mais uma edição da série “Música e outras Artes” e celebra o centenário de nascimento de György Ligeti

Caderno de Música

No AR em 28/05/2023 - 14:30

O Caderno de Música deste domingo (28) apresenta mais uma edição da série “Música e outras Artes”, que associa a linguagem musical com outras formas artísticas, como pintura, literatura e cinema. Nesta edição, celebrando o centenário de nascimento de György Ligeti, vamos entender qual a relação entre a música do compositor e algumas produções cinematográficas de Stanley Kubrick. 

Natural da Romênia, György Ligeti nasceu em 28 de maio de 1923 no seio de uma família judaica húngara. O compositor sempre foi apaixonado pela ciência, e suas obras inovadoras associam a linguagem musical com as teorias do caos e outros conceitos físicos e matemáticos. Ao lado de Pierre Boulez, Luciano Berio e Luigi Nono, Ligeti se tornou um dos maiores nomes da música européia da segunda metade do século 20. Porém, em vez de seguir de forma quase religiosa as fórmulas contemporâneas em voga, o compositor buscava sua estética a cada nova produção, dando origem a peças repletas de humor, paradoxos, metamorfoses, guinadas bruscas e pistas falsas. 

Embora Ligeti não tenha escrito nenhuma peça exclusivamente para a sétima arte, sua forma única de trabalhar com os elementos musicais se aproxima muito dos desenhos sonoros de alguns filmes. Para dar uma maior ênfase ao realismo científico e aos efeitos especiais no filme “2001: Uma Odisséia no Espaço”, Kubrick incluiu trechos de quatro peças de Ligeti: “Atmosphères”, “Lux Aeterna”, “Requiem” e “Aventures”. 

Assim como Ligeti, o diretor Stanley Kubrick também é conhecido por sua linguagem artística única e inovadora. Kubrick mudou a forma como a música era usada no cinema e suas produções constantemente colocam a trilha sonora em primeiro plano, como parte fundamental da narrativa. Isso ocorreu também com o seu filme “O Iluminado”, que inovou tanto no uso de técnicas de filmagens, quanto em uma trilha sonora capaz de exprimir todo o caráter sobrenatural e nebuloso da obra. 

Um dos usos mais memoráveis da obra de Ligeti no cinema foi no filme “De olhos bem fechados”, última produção de Stanley Kubrick. As notas provocantes do piano na "Musica Ricercata II” trazem uma atmosfera de tensão quase que insuportável na cena. Segundo a crítica de cinema Sheila O'Malley, “é um som repetitivo, estranho e irregular que acaba fazendo você implorar por alívio, por algum tipo de resolução”.

O Caderno de Música vai ao ar neste domingo, às 14h30, na MEC FM.

Criado em 28/05/2023 - 14:30

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